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Autor(a):

Biscotto, Priscilla Ribeiro

Orientador(a):

Jesus, Maria Cristina Pinto de

Ano de publicação:

2015

Unidade USP:

Escola de Enfermagem [EE]

Assuntos:

pesquisa qualitativa; pessoas em situação de rua; vulnerabilidade; albergues; marginalidade social; enfermagem

Palavras-chave do autor:

abrigo;enfermagem;exclusão social;moradores de rua;pesquisa qualitativa;vulnerabilidade

Resumo:

Introdução: morar na rua é um problema global tanto de nações desenvolvidas como das que estão em desenvolvimento, situação esta ancorada principalmente em centros urbanos de médio e de grande porte. Objetivo: compreender a experiência de mulheres que vivem em situação de rua e utilizam o albergue para pernoitar. Método: estudo fundamentado na fenomenologia social de Alfred Schütz, realizado com dez mulheres em situação de rua que pernoitam em um albergue de um município de Minas Gerais. Para obtenção dos depoimentos, foi utilizado um roteiro de entrevista com questões abertas: como é para você viver em situação de rua? O que faz a mulher buscar o albergue para pernoitar? Além do Albergue, a quem você recorre para ajudá-la? Quais suas expectativas, considerando que você está vivendo em situação de rua? A organização e análise foram realizadas seguindo os passos preconizados por estudiosos da fenomenologia social de Alfred Schütz. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, sob o Parecer nº 952.239, de 09 de fevereiro de 2015. Resultados: a mulher que vive em situação de rua e utiliza o albergue para pernoitar traz em sua experiência os conflitos familiares que se mostram propulsores para a sua condição. Tem como dificuldades do dia a dia nas ruas a falta de infraestrutura para higiene e descanso, a vulnerabilidade para o uso de drogas, o convívio com situações de violência, a prostituição, o sentimento de culpa e solidão. Procura ajuda de estranhos e familiares, assim como de instituições beneficentes, equipamentos governamentais e não governamentais. Aponta o albergue como principal suporte para suprir suas necessidades básicas de alimentação, higiene e repouso. Espera sair das ruas, conseguir um emprego, se livrar das drogas, da prostituição e resgatar a família, contudo se mantém na situação de rua por falta de trabalho remunerado, facilidade de ganho financeiro no tráfico de drogas e na prostituição, além da liberdade que a vida nas ruas lhe proporciona. Considerações Finais: os achados deste estudo permitem refletir que, apesar do crescimento de políticas voltadas para as questões que envolvem a população de rua, na prática, ainda se observa a necessidade de investimentos governamentais e não governamentais que possam coibir a violência urbana e melhorar as condições de vida dessa população. As vulnerabilidades identificadas a partir da experiência de viver nas ruas do grupo social estudado remetem à necessidade de a Enfermagem e demais profissionais da saúde buscarem mecanismos para prover um cuidado apoiado a estas mulheres, atuando sobre os riscos que as envolvem cotidianamente. Cabem intervenções interdisciplinares na mediação e/ou criação de estratégias que vão ao encontro das expectativas levantadas neste estudo, viabilizando perspectivas não vislumbradas no presente vivido e que sustentam a decisão das mulheres por manterem-se em situação de rua.

ABNT:

BISCOTTO, Priscilla Ribeiro; JESUS, Maria Cristina Pinto de. Viver em situação de rua: experiência de mulheres que utilizam o albergue para pernoitar. 2015.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-08052017-094246/ >.