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Autor(a):

Pereira, Maria Auxiliadora

Orientador(a):

Bueno, Sônia Maria Villela

Ano de publicação:

2003

Unidade USP:

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto [EERP]

Assuntos:

violência escolar; educação em saúde

Palavras-chave do autor:

educação para a saúde ;temas transversais ;violência ;violência na escola

Resumo:

No presente estudo, investigamos a questão da violência que vem permeando, de forma significativa, as relações no espaço escolar. Especificamente, objetivamos levantar qual a visão que os docentes têm sobre o fenômeno, bem como, as formas como este ocorre e as estratégias que são utilizadas para sua superação. Metodologicamente, optamos pela abordagem qualitativa, sendo esta uma pesquisa descritiva-exploratória, de cunho humanista. Para o levantamento de dados, utilizamos a entrevista individual norteada por um roteiro semi-estruturado. Pesquisamos vinte professores de ambos os sexos, sendo a maioria constituída de mulheres com mais de 40 anos, de quatro escolas da rede pública de ensino de um município paraense. Organizamos os dados em quadros e o conteúdo foi alisado por categorização, possibilitando melhor compreensão e interpretação das falas expressas pelos professores pesquisados. Pudemos constatar que os professores percebem a violência como um fenômeno em expansão, reforçado, principalmente, pelas desigualdades sociais, pela influência da mídia e pela desestruturação familiar, contribuindo para muitas conseqüências no cotidiano escolar. As formas explícitas foram as mais evidenciadas, principalmente, através das brincadeiras, palavras, dos empurrões, provocações, brigas e outros. Percebem a violência implícita nas relações interpessoais aluno/aluno, aluno/professor, funcionário/aluno e nas condições de trabalho. As estratégias tomadas frente a violência objetivam impor limites e facilitar a convivência , situando o diálogo e a resolução dos conflitos em sala de aula, como as formas mais indicadas para o seu alcance, além disso, consideram importante a atuação conjunta com os pais, com a comunidade e demais componentes da escola. Sentimentos de preocupação, medo, revolta, insegurança, foram reconhecidos como decorrentes do convívio com a violência. Parece poder depreender-se que um dos maiores problemas das escolas é a falta de humanização nas relações entre seus elementos constitutivos e a falta de projeto político-pedagógico. Reage-se muito à ofensa com ofensa, à agressão com agressão, à indiferença com indiferença, e isto parece constituir o paradigma do comportamento na escola. Isto sugere, a necessidade de reverter-se à situação fazendo da escola um espaço de superação da violência.

ABNT:

PEREIRA, Maria Auxiliadora; BUENO, Sônia Maria Villela. Violência nas escolas: visão de professores do ensino fundamental sobre esta questão. 2003.Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003.