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Creche Pública, Cultura Popular, Educação Popular, Habitação Popular, Projeto Social

Autor(a):

Farnetani, Letícia 

Orientador(a):

Alves, Gloria da Anunciação

Ano de publicação:

2018

Unidade USP:

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [FFLCH]

Palavras-chave do autor:

lugar; escola pública ; ensino; geografia; educação pública; projeto interdisciplinar; resistência; cotidiano

Resumo:

Este trabalho teve como proposta central compreender como as práticas socioespaciais construídas cotidianamente entre escola-lugar podem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio geográfico, possibilitando a apropriação pelos sujeitos do onde estão e simultaneamente quem são dentro de um contexto multiescalar. Nesse sentido focamos nosso estudo nas relações espaço-temporal entre a EMEF. Prof.ª Marili Dias e o bairro Morro Doce, localizado no extremo noroeste da capital paulista. Buscamos a partir das práticas pedagógicas desenvolvidas na escola compreender a importância da construção de uma geografia escolar que tenha significado para os principais envolvidos, comunidade escolar e local. Resgatando as estratégias de resistência e luta, como os projetos interdisciplinares adotados pelas escola como política, desenvolvendo uma cultura/identidade escolar, baseada na pedagogia de projetos, que visa principalmente revelar as demandas e potencialidades do lugar de vivência dos sujeitos em formação, possibilitando a construção de identidade, memória e uma geografia cotidiana própria. Metodologicamente acompanhamos durante três anos os processos realizados na escola, buscando em prática compreender como essa cultura escolar foi se consolidando, considerando os conflitos, limitações e as contradições existentes. Nos preocupamos ainda, em problematizar a importância do debate da educação pública para a sociedade, pois acreditamos que a educação vai além de uma simples mercadoria ou moeda de troca para o acesso. A luta pela educação pública e consequentemente pela escola pública é de responsabilidade humana, pois está atrelada à luta pelo caráter público e político do mundo que compartilhamos e das relações socioespaciais que construímos ao longo de nossa vida. É a luta pelo não esvaziamento e silenciamento das identidades, das memórias, dos sujeitos, dos lugares, dos direitos e da existência humana. Acreditamos que compreender as práticas socioespaciais construídas entre escola-lugar, induz a curiosidade e incomodo de entender qual Geografia vem sendo produzida e apropriada pela sociedade introduzida em um sistema pautado no modo de reprodução capitalista, nos indagando buscar quais as estratégias que ainda (re) existem a esse projeto de escola e sociedade.