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Nível de ensino:

Pós-Graduação

Unidade USP:

Instituto de Psicologia [IP]

Área de concentração:

Psicologia Social

Departamento:

Instituto de Psicologia

Docente(s) responsável(is):

Luis Guilherme Galeão da Silva, Alessandro de Oliveira dos Santos, Bernardo Parodi Svartman

Objetivos:

Apresentar e problematizar os conceitos e conhecimentos desenvolvidos na área da Psicologia Social Comunitária. Esse campo articula a atuação de diversos profissionais, inclusive psicólogos sociais, com demandas de populações social e politicamente vulneráveis relacionadas à sua posição no espaço urbano. Essas relações dialéticas com o espaço urbano contemplam a luta por reconhecimento de direitos relacionados à moradia, saneamento, transporte, renda, cultura e participação política. Além do reconhecimento dos direitos essas lutas também se dão nas esferas da afetividade e da solidariedade que estão permanentemente ameaçadas por violações e desconsiderações. Essa empreitada será desdobrada em dois momentos. O primeiro é a compreensão crítica dos conceitos utilizados para definir a população pesquisada e suas dimensões psicossociais. A segunda etapa é a compreensão da epistemologia da psicologia social comunitária e sua inserção nos esforços sociais para o enfrentamento da vulnerabilidade social e política.

Justificativa:

A psicologia social comunitária se constitui como uma área de saber e atuação profissional fortemente relacionada às lutas sociais e políticas Latino-Americanas e, em particular, Brasileiras nos últimos 40 anos. Sua metodologia e compreensão da relação com a população representam um compromisso ético-político com a superação da dominação social. A dimensão ética-política está estreitamente relacionada a mediações morais, estéticas, afetivas e do capital. O debate crítico desse campo permite tanto compreensão da sua contribuição epistemológica para a psicologia social como a crítica dialética de conceitos centrais para o campo, como o de comunidade, que ao serem metabolizados pelo sistema social deixam de ter um caráter de resistência à dominação.

Programa:

1. Discutir os conceitos utilizados para definir o objeto de estudo da Psicologia Social Comunitária: comunidade, espaço urbano e pessoas em situação de rua. 2. Examinar criticamente as categorias psicossociais utilizadas no campo de conhecimento da psicologia comunitária: sofrimento social, vínculo, vulnerabilidade sócio-política, exclusão, desvinculação e “vida nua” (Agamben). 3. Apresentar as relações entre o campo de estudo da psicologia comunitária e os conceitos de “reificação”, “desenraizamento” e “humilhação social”. 4. Debater as diferentes as consequências epistemológicas tanto do protagonismo do coletivo pesquisado na definição da demanda como da escolha da pesquisa ação para a práxis da psicologia social comunitária. 5. Problematizar as diferentes estratégias para o enfrentamento do sofrimento social e da falta de reconhecimento. Pretende-se discutir a atuação do Estado na proteção social e as redes de movimentos sociais e de economia solidária.