Ensino e pesquisa

Resumo:

Muitos autores têm discutido as alterações nos perfis saúde-doença face às transições demográfica e epidemiológica observadas no Brasil nas últimas décadas. Graças aos ganhos obtidos com os avanços tecnológicos na área da saúde e o controle das doenças infecto-contagiosas, vêm crescendo o número de idosos e o número de pessoas com doenças crônico-degenerativas, que podem resultar em incapacidades e dependência. Numa cidade como São Paulo, acresce-se o expressivo incremento da violência urbana, expressado pela alta morbimortalidade por causas externas, resultando em deficiências físicas com limitações importantes. Os cuidados domiciliários representam uma importante estratégia para que se garanta a equidade prevista pelo Sistema Único de Saúde a essas pessoas com incapacidades e dependências. Pautada pela determinação social do processo saúde-doença, buscou-se compreender quais os perfis da população em atendimento domiciliário por equipes de Saúde da Família do MSP à luz do Atlas da Exclusão Social no Brasil. Para tanto foi feito o levantamento, por meio de dados secundários, do perfil das pessoas com perdas funcionais e dependência atendidas por 111 (60%) de 185 Unidades de Saúde da Família presentes em 25 das 31 Subprefeituras do MSP em agosto de 2003, abrangendo 45 (66%) dos 96 distritos administrativos da capital, resultando numa amostra de 7.160 pessoas. Utilizando os softwares SPSS® 13.0 e EPI-INFO 2000 versão 3.3.2, os distritos administrativos pesquisados foram agrupados, por meio de uma análise de cluster, tendo por variável base o Índice de Exclusão Social.