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Segregação Urbana

Autor(a):

Andrade, Leandro Vicente de

Orientador(a):

Alvarez, Isabel Aparecida Pinto

Ano de publicação:

2017

Unidade USP:

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [FFLCH]

Palavras-chave do autor:

operação urbana; reestruturação urbana; parques públicos

Resumo:

As transformações espaciais na metrópole contemporânea podem ser entendidas a partir da reflexão sobre o processo de reestruturação urbana exercido sob a determinação da parceria estado/mercado que se revela através de instrumentos e normas legais que têm servido à revalorização de terras urbanas na cidade de São Paulo. Neste contexto, a criação de novos parques públicos pode escancarar os conteúdos intrínsecos neste processo, como o processo de valorização do espaço, alicerçado no discurso da preservação ambiental e da sustentabilidade, com a consequente segregação e fragmentação da cidade, de acordo com a restrição do acesso de determinadas classes sociais a determinados fragmentos de espaços urbanos. A operação urbana, um destes instrumentos, é entendida como meio de arrecadação de recursos para o estado e exploração de novas fronteiras para o mercado imobiliário. Nesta congruência de interesses, a cidade é “reconstruída” visando a revalorização de espaços tidos como obsoletos pelo capital financeiro moderno. Na maioria dos casos, esses espaços obsoletos são regiões que na virada do século XIX para o XX serviram de lugar para a produção capitalista industrial, os quais, hoje em dia, não recebem maiores investimentos devido à falta de interesse por parte da indústria de se instalar dentro de grandes cidades, como São Paulo. Então, estes espaços são alvo de diversos projetos urbanísticos que visam sua transformação, requalificação e ressignificação necessárias para atrair o interesse de investimentos pelo capital financeiro. Numa metrópole como São Paulo, na qual parques e áreas verdes são restritas, um dos objetivos sempre presente nas operações urbanas é o de aumentar e/ou criar áreas verdes e parques públicos dentro do seu perímetro. Neste trabalho, escolheu-se a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí para se explorar seus objetivos principais e, especialmente, as propostas de criação de novos parques públicos para a cidade. Assim, a partir da análise deste processo de criação pode-se averiguar os objetivos reais dos agentes no espaço urbano na construção destes parques, e questões menos evidentes como a contradição público/privado no seu uso.