Ensino e pesquisa

Resumo:

A família é instituição relevante quanto aos cuidados dispensados à saúde e à doença de seus integrantes, o que se deve, principalmente, às relações afetivas e personalistas expressas nesses cuidados. Considerando essa dimensão da vida doméstica, este artigo investiga o modo como famílias de baixa renda relacionam-se com a doença e a ação do Estado relativa aos serviços públicos de saúde. A análise da família reporta-se à divisão sexual do trabalho, às relações com o saber médico e com práticas alternativas de cura, às modalidades de doença e de cuidados ao enfermo e, sobretudo, a quais membros da unidade doméstica -geralmente mulheres -cabe zelar pela saúde e cuidar do doente. Os vínculos da família com o Estado dizem respeito, em especial, aos direitos sociais de acesso aos serviços públicos de saúde, cuja falência coloca em pauta a relação entre esfera plíblica e privada, particularmente, quando se consideram as mudanças internas na família, que limitam as possibilidades de atuação feminina na preservação da saúde e nos cuidados com o doente.