TCC
O direito por outras vozes: reflexões críticas a partir da música de Racionais Mc’s e Bezerra da Silva
Ação Afirmativa, Break Dance, Clínica Da Família, Comunidade Urbana, Cultura Popular, Desigualdades Sociais, Economia Informal, Educação Popular, Favela, Funk, Grafite, Habitação Popular, Hip Hop, Literatura Marginal, Literatura Periférica, Marginalidade Social, Movimentos Populares, Participação Comunitária, Periferia, Pobreza Urbana, Projeto Social, Rap, Samba, Sarau, Segregação Urbana, Subúrbio, Teatro Comunitário, Teatro Popular, Várzea, Violência Urbana, Vulnerabilidade
Autor(a):
Araujo, Ana Carolina Palma de
Orientador(a):
Severi, Fabiana Cristina
Ano de publicação:
2013
Unidade USP:
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto [FDRP]
Palavras-chave do autor:
cultura popular; ideologia jurídica; crítica do direito; sensibilidade; transformação social
Resumo:
Por que alguns sujeitos são “juridicamente mudos” se todos são iguais perante a lei? O presente trabalho se lança à tarefa de analisar criticamente algumas das formas de reprodução simbólica do Direito, a partir de uma perspectiva de abertura aos sentidos de justiça, Estado, Direito e desigualdades presentes na música popular brasileira. Essa abertura se mostra fundamental a um Direito que, de longa data, parece estar “surdo” a determinadas vozes sociais. Em razão disso, inicialmente pretende-se identificar o papel mistificador da ideologia jurídica e da insensibilidade no operar deste Direito. Partindo destas reflexões, é possível investigar com maior lucidez as vozes eleitas para este estudo, bem como os movimentos culturais em que se inserem: Racionais MCs e Bezerra da Silva, hip hop e samba. Tais vozes, intimamente atreladas ao lugar social de onde são proferidas, exercem importante função na luta pela hegemonia e na crítica a práticas associadas às normas jurídicas, aos controles e à repressão estatal. Nesse sentido, a proposta central deste trabalho é ouvir e analisar o que dizem estes “porta-vozes da mudez jurídica”, especialmente no que se refere a: a) criminalidade; b) repressão policial; c) Estado e Direito; d) questões de raça; e) pobreza, exclusão e capitalismo; e f) favela e periferia. A arte popular pode ser um caminho para que o Direito se desenclausure e destampe seus ouvidos. Mas não só: um caminho para que ele efetivamente consiga ouvir observações críticas acerca daquilo que lhe diz respeito, sensibilize-se e permita-se a transformação.