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Autor(a):

Antunes, Juliana Russo

Orientador(a):

Oliver, Fatima Correa

Ano de publicação:

2018

Unidade USP:

Escola de Enfermagem [EE], Faculdade de Odontologia [FO], Faculdade de Saúde Pública [FSP]

Assuntos:

atenção primária à saúde; mulheres; gênero e saúde; dispositivo grupal

Palavras-chave do autor:

atenção primária em saúde dispositivo grupal gênero e saúde mulheres

Resumo:

Este trabalho se propõe a discutir as práticas de cuidado a mulheres em um serviço de Atenção Básica, a partir da experiência da pesquisadora como terapeuta ocupacional de um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). No cotidiano do trabalho compartilhado com a Estratégia de Saúde da Família (ESF), percebe-se que a Atenção à Saúde da Mulher abarca principalmente questões relacionadas à reprodução e situações específicas do ciclo fértil feminino. A partir das discussões de gênero, saúde e produção de cuidado integral e ampliado, foi possível discutir e sistematizar uma experiência grupal e interprofissional de cuidado a mulheres realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), da cidade de São Paulo. Além disso, houve também oportunidade de identificar e problematizar as estratégias de cuidado em resposta às necessidades de saúde das mulheres da área de abrangência desse serviço, de maneira a contribuir para a ampliação do cuidado na atenção primária em saúde. Para tal, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa com metodologia de estudo de caso, a partir da realização de trabalho de campo com observação participante e 17 entrevistas com os seguintes sujeitos: coordenadoras de NASF, trabalhadoras da ESF desta UBS, trabalhadoras de NASF que são coordenadoras do Grupo de Mulheres e mulheres participantes do referido grupo. A análise dos dados indicou as seguintes categorias: gênero como potencial de desgaste e de fortalecimento; escuta reconhecida pelas trabalhadoras como demanda das mulheres; empoderamento das mulheres como objetivo do Grupo de Mulheres; Grupo de Mulheres como estratégia de cuidado às necessidades ampliadas de saúde. Percebeu-se que as profissionais compreendem a Saúde da Mulher a partir de uma perspectiva integral. Por outro lado, a formação e os arranjos organizacionais e de gestão direcionam as práticas no sentido do modelo biomédico. E no caso da assistência às mulheres, as práticas são direcionadas aos protocolos de Saúde Reprodutiva, o que retrata as opressões de gênero. Neste território, a "sobrecarga" das mulheres, ou seja, as assimetrias de gênero, são fator de grande relevância em seus processos de adoecimento, nos quais a determinação social e as condições de vida aparecem como necessidades de saúde das mulheres ao serviço. As participantes do Grupo e as profissionais apontam a importância do Grupo de Mulheres para os processos de recuperação de saúde e de cidadania, porém, poucas mulheres são direcionadas a serem cuidadas neste dispositivo. Com o intuito de propor melhorias para a assistência às mulheres, considera-se a importância de novos arranjos do processo de trabalho e de formação de gênero no local de trabalho. Em uma perspectiva mais abrangente, há que se considerar também esta questão na luta pela reformulação das Políticas e das práticas de Saúde Pública. Assim, propusemos a sistematização do dispositivo "Grupo de Mulheres" como estratégia de cuidado e de emancipação, apresentada em um caderno anexo a esta dissertação.

ABNT:

ANTUNES, Juliana Russo; OLIVER, Fatima Correa. O cuidado de mulheres em um serviço de Atenção Básica: problematização de uma experiência de trabalho interprofissional 2018.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/108/108131/tde-12092018-153842/