Ensino e pesquisa

Resumo:

Durante a gestação, devido às consultas de pré-natal, a mulher utiliza os serviços de saúde com maior freqüência. Este fato deveria possibilitar um maior vínculo das gestantes com o serviço, favorecendo a identificação de casos de violência. No entanto, ao analisar a realidade dos atendimentos a saúde, percebe-se uma camuflagem das situações de violência, não permitindo a abordagem aprofundada do tema impedindo o seu enfrentamento. Este estudo teve como objetivo compreender, nos processos de trabalho da Estratégia de Saúde da Família, as formas e os instrumentos para o reconhecimento e enfrentamento de necessidades de saúde das grávidas vítimas de violência doméstica na zona leste de São Paulo. Esta pesquisa teve uma abordagem quantitativa e qualitativa sustentada pela Teoria de Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva (TIPESC) (Egry,1996) e utilizou como categoria analítica a Categoria Gênero. Foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na zona leste de São Paulo, junto a 14 profissionais de saúde (7 médicos e 7 enfermeiras). Dentre as categorias empíricas destaca-se: adaptação vs choque cultural; sentimentos ambíguos (medo, alegria) diante a ilegalidade; dificuldade na comunicação (língua) vs qualidade no atendimento; grade curricular vs formação no ensino superior.