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Autor(a):

Souza, Rosangela Gomes de

Orientador(a):

Amaral, Lígia Assumpção

Ano de publicação:

2002

Unidade USP:

Instituto de Psicologia [IP]

Assuntos:

mãe solteira; sofrimento; preconceito; discriminação

Resumo:

A partir de um tema central - a condição de ser mãe solteira - este trabalho orientou-se em torno de dois problemas de pesquisa, que consubstanciaram duas ordens de objetivos: a) Conhecer histórica e conceitualmente a "categoria mães solteiras" e b) Investigar a vivência dessa condição por mulheres de classes populares. Em função do primeiro objetivo, foi realizado levantamento histórico e conceitual, que permitisse a contextualização do surgimento da categoria "mãe solteira" no cenário brasileiro. Uma das conclusões a que foi possível chegar, nessa primeira parte do trabalho, referiu-se à constatação de que a "categoria mãe solteira" nem sempre existiu; ao contrário, foi construída histórica e socialmente, de acordo com um ideário que se consolidou no decorrer de séculos, a partir do Brasil Colônia, até chegar a valores próprios da sociedade burguesa. O segundo objetivo concretizou-se em estudo empírico, desenhado pelo procedimento de entrevistas com mulheres de classes populares que viveram (vivem) a condição em pauta. Ou seja, que ficaram grávidas sem planejamento, e que deram à luz um filho sem que, no processo de gestação e parto, tivessem a participação efetiva do pai ou de algum companheiro. Assim, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com três jovens (entre 25 e 30 anos), residentes em região desprivilegiada da cidade- Alguns focos nortearam o encaminhamento dos depoimentos, uma vez que se pretendia conhecer, fundamentalmente, a situação de vulnerabilidade afetiva e social gerada a partir da condição de ser mãe solteira de classes populares. Ao longo do procedimento de descrição e análise das entrevistas (tendo como apoio a "Análise de Conteúdo"", tal como proposta por Bardin) foi possível identificar vários indicadores temáticos que apareceram em um ou mais dos depoimentos: desumanização, preconceito e estigma, solidão, humilhação e "erro", pobreza e desamparo... Esses foram os aspectos ) interpretados como mais intimamente relacionados à vivência dessas mulheres e que, em seu conjunto, apontaram para uma experiência de maternidade solitária.

ABNT:

SOUZA, Rosangela Gomes de; AMARAL, Lígia Assumpção. Maternidade solitária: relatos de mães solteiras de classes populares. 2002.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.