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Autor(a):

Andrade, Fabiana de

Orientador(a):

Marques, Ana Claudia Duarte Rocha

Ano de publicação:

2018

Unidade USP:

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [FFLCH]

Assuntos:

violência contra a mulher; antropologia urbana; violência doméstica; relações de gênero; relações conjugais

Palavras-chave do autor:

antropologia das emoções;narrativas femininas;prática profissional;relacionamentos destrutivos;violência doméstica de gênero;

Resumo:

Esta tese acompanha as narrativas sobre trajetos e experiências de sofrimento, amor e dor enunciados por mulheres que vivem relacionamentos amorosos violentos ou destrutivos. Concentrei-me sobre aquelas mulheres que procuraram por centros, associações de referência e apoio à mulher em situação e violência doméstica e conjugal, assim como por grupos de autoajuda voltados para mulheres que sofrem por amar demais. Desta forma, a pesquisa de campo desta tese desenvolveu-se no Centro de Referência e Apoio à Mulher (CEAMO), na associação francesa Libres Terres des Femmes (LTDF) e no grupo de autoajuda Mulheres que Amam Demais (MADA Campinas Posso Ajudar). Se ir até o fim era um consenso entre as mulheres que acompanhei em minha pesquisa de campo, meu interesse era conhecer em que consistia esse pensamento e quais os impactos concretos na vida dessas mulheres. Assim, de um lado, o trabalho procura refletir sobre como o entendimento das mulheres acerca de noções sobre sofrimento, violência e doença, assim como as expectativas sobre amor e relacionamentos, acionam possibilidades de enfrentamento da violência doméstica ou de recuperação da dependência de relacionamentos destrutivos. A partir disso, aquilo que as faz permanecer nesses relacionamentos e os eventos que as impelem a mudanças de trajetos foram questões importantes para acompanhar as múltiplas maneiras de habitar entre os limites de suportar o sofrimento. De outro lado, esta pesquisa procurou pensar a constituição de tecnologias de produção de subjetividades a partir das Pedagogias do Cuidado de Si. Essas técnicas corporais e emotivas de exercício cotidiano de mudanças de pensamentos e condutas têm como principal intuito a busca de um bem viver, de uma vida saudável e sem violência. As Pedagogias do Cuidado de Si são produtos da articulação entre experiências enunciadas pelas mulheres nos diversos espaços da pesquisa (afetos, noções difusas sobre uma psicologia popularizada e moralidades religiosas) e o saber-fazer profissional, atravessados por suas moralidades, afetos e corporalidades. Esta tese se propôs a refletir sobre a produção de tecnologias de subjetividades a partir de histórias pessoais e dos afetos que atravessam experiências, trabalho profissional e grupos terapêuticos, produzindo sujeitos políticos e formas afetivas e morais de atendimento.

ABNT:

ANDRADE, Fabiana de; MARQUES, Ana Claudia Duarte Rocha. Mas vou até o fim: narrativas femininas sobre experiências de amor, sofrimento e dor em relacionamentos violentos e destrutivos. 2018.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-10082018-122047/ >.