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Autor(a):

Malvasi, Paulo Artur

Orientador(a):

Adorno, Rubens de Camargo Ferreira

Ano de publicação:

2012

Unidade USP:

Faculdade de Saúde Pública [FSP]

Assuntos:

usuários de drogas (reabilitação; aspectos psicológicos); tráfico de drogas; adolescentes (psicologia); jovens (psicologia); educação de preso (reabilitação; aspectos psicológicos); aconselhamento; modo de vida (reabilitação; percepção); problemas sociais (sociologia); etnografia

Palavras-chave do autor:

etnografia;jovens;periferia;São Paulo;sistema socioeducativo;tráfico de drogas;violência

Resumo:

O tráfico de drogas é reconhecido pela Saúde Pública como um dos principais fatores de risco e de vulnerabilidade a que os jovens brasileiros são expostos desde, pelo menos, a década de 1980. Este estudo objetiva descrever e analisar a vida cotidiana de jovens (de 15 a 29 anos) moradores de bairros periféricos de São Paulo, em que há a coincidência entre o comércio varejista de drogas feito em suas ruas, relações comuns de vizinhança e ações combinadas e intensivas das forças de repressão, aliadas às de assistência e às de atenção governamentais. Um bairro na cidade de São Paulo e outro no entorno da capital paulista foram assim identificando-se escolhidos para que o estudo fosse realizado. Ao todo vinte e sete jovens participaram do estudo baseado no método etnográfico; o pesquisador permaneceu durante dois anos (2009 e 2010) acompanhando o cotidiano dos jovens nos dois bairros por meio da observação participante e da realização de entrevistas em profundidade. Na pesquisa de campo, o entorno do tráfico de drogas se caracterizou ela justaposição de três instâncias de saber e poder: uma dimensão territorial, simbólica e existencial a quebrada; um ambiente de mercado o tráfico de drogas disparador de práticas e, também, inserido em um marco discursivo o mundo do crime; e um sistema político-estatal voltado para atender adolescentes em conflito com a lei, organizador de discursos e de tecnologias sobre crime e drogas o socioeducativo. O trabalho observa as manifestações do poder na ação de uma diversidade de jovens, no agir reiterado e na linguagem que delineiam os modos devida constituídos nas dobraduras do tráfico de drogas. Estes jovens da periferia navegam em uma dinâmica social complexa, fluida e porosa e, no anonimato do espaço político que ocupam, eles se relacionam com diferentes modos de regulação da vida cotidiana. A vida loka surge no dialeto das quebradas como uma noção capaz de unificar a diversidade de experiências dos jovens, demarcando o campo da comunicação e ação cotidiana entre eles dialeto que baliza as interpretações sobre avida. Nas zonas de contato entre a quebrada, o crime e o socioeducativo desenrolam-se relações e dinâmicas, intersticiais, que atuam nos processos de construção da subjetividade dos jovens e incidem nos problemas de vida e morte que eles enfrentam.

ABNT:

MALVASI, Paulo Artur; ADORNO, Rubens de Camargo Ferreira. Interfaces da vida loka: Um estudo sobre jovens, tráfico de drogas e violência em São Paulo. 2012.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09032012-132410/ >.