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Nível de ensino:

Pós-Graduação

Unidade USP:

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [FFLCH]

Área de concentração:

Geografia Humana

Departamento:

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Docente(s) responsável(is):

Rainer Wehrhahn

Objetivos:

Habitação molda cidades e paisagens, estrutura assentamentos, tipos de casas e infraestruturas relacionadas e, portanto, caracteriza profundamente o espaço (urbano). A habitaç ão é uma necessidade básica e um direito central para todos. Ao mesmo tempo, habitação é sempre contestada, já que o espaço para habitação é escasso, e está se tornando cada vez mais caro em várias cidades ao redor do mundo. A moradia é um objeto de especulação, sendo assim sempre politicamente negociado e sempre relacionado ao espaço. Geografias da habitação envolvem questões de poder econômico, necessidades sociais, migração e diferenças culturais, sistemas politicos, e regimes de planejamento. Assim, as geografias da habitação devem ser consideradas e analisadas no contexto de paradigmas de ordens social, política e econômica, assim como à luz das escalas de tempo e espaço. No curso, discutiremos essas estruturas e os atores por trás dos diferentes processos de moradia e suas transformações ao longo do tempo, assim como políticas particulares de habitação e diferentes formas de luta e protesto contra as políticas dominantes de moradia, particularmente de moradia privada. Nós vamos analisar as geografias da habitação comparando diferentes estruturas políticas, sociais etc. em diferentes regiões e cidades à nivel mundial; a fim de descobrir (1) processos gerais de estruturas e transformações geográ ficas (habitacionais) e (2) avaliar diferentes estratégias, medidas e instrumentos da política habitacional. O curso conta com 2 aulas teóricas e 4 aulas de seminário.

Justificativa:

As geografias da habitação têm sido tradicionalmente vistas como uma expressão de diferentes culturas, dependendo de padrões socioculturais e estruturas socioeconômicas, assim diferenciadas pelos chamados espaços culturais ao redor do mundo. Diferente dessa perspectiva, esse curso irá analisar as estruturas e políticas habitacionais numa perspectiva sócio-geografica, em um enquadramento nos interesses políticos e econômicos, estruturas de poder, bem como regimes e discursos dominantes. Analisaremos diferentes estudos de caso na Europa, nas Américas e na China, afim de comparar os conceitos, estruturas e polí ticas; com o objetivo, também, de filtrar processos e regras gerais da produção da moradia e especificar padrões e resultados das modalidades de políticas especificas como, por exemplo, regimes públicos ou privados de moradia.

Programa:

1. Duas aulas teóricas: Geografias da habitação: teorias, conceitos e políticas de habitação: Abordagens teóricas da habitação no sentido amplo servirão de base para discussões profundas nas seguintes seções: abordagens macro- e micro-teóricas em geral, forças condutoras do mercado, financeirização e comoditização da habitação, tipologias dos mercados da habitação, política da habitação, modelos de preferência e escolha, migração interna/internacional e mobilidade residencial, conceitos de segregação residencial e polarização, transformação de vizinhança e alteração urbana, bem como conceitos de integração sociocultural. 2. Quatro seminários Políticas de habitação em uma análise comparativa: exemplos Europeus, Latino- Americanos e Chineses: Em uma primeira abordagem, o curso discutirá políticas habitacionais em uma perspectiva global, trabalhando com exemplos de diferentes países e regiões do mundo. Nós nos concentraremos em casos selecionados e emblemáticos, à exemplo do Canadá, Grã- Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Polônia, Brasil, Chile ou China. Contrastando diferentes políticas, normas, programas e instrumentos de habitação pública, fatores regulató rios em diferentes níveis espaciais (municipal, estadual, nacional), questões de habitação pú blica e privada, e projetos cooperativos clássicos e contemporâneos de habitação (pública). Estratégias de mistura social, estratégias de auto-ajuda em cooperativas, questões de impostos, subsídios etc. serão, por exemplo, também avaliadas. Lutas por moradia acessível em politicas urbanas controversas: Segunda linha: famílias mais pobres sempre tiveram que lutar por opções acessíveis de moradia, mas o paradigma neoliberal dos últimos 30 anos exacerbou substancialmente a situação da habitação em muitos países no mundo. À luz dos exemplos discutidos anteriormente, nós iremos descrever os fatores mais importantes para estruturas de habitaçã o coerentes e acessíveis, e as estratégias mais relevantes para políticas habitacionais socialmente integrativas e sustentáveis. Dependendo do número de estudantes, essa parte pode ser organizada como um trabalho em grupo para o estudo de um projeto ou um trabalho individual dos estudantes.