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Nível de ensino:

Pós-Graduação

Unidade USP:

Faculdade de Educação [FE]

Área de concentração:

Estado, Sociedade e Educação

Departamento:

Faculdade de Educação

Docente(s) responsável(is):

Sonia Maria Portella Kruppa

Objetivos:

1. Aprofundar o conhecimento sobre os conceitos e outras questões centrais do tema principal: a alternativa da economia solidaria no enfrentamento da crise social e a formulação teórico/prática de um outro modelo de desenvolvimento. 2. Conhecer as principais experiências brasileiras da Economia Solidária. 3. Aprofundar as reflexões a respeito do papel e dos aspectos teóricos e metodologicos da educação diante das transformações do mundo do trabalho e face às exigências deste modo de produção. 4. Incentivar pesquisas sobre o tema.

Justificativa:

O tema central deste curso prenche uma lacuna na pesquisa acadêmica, tradicionalmente voltada para as questões do emprego, no enfoque das trabalho-educação, ao propor o estudo das formas emancipatórias criadas pelos trabalhadores, vítimas do desemprego; as conquistas e fragilidades de sua organização e as respostas que vêm obtendo e que necessitam obter do poder público, inclusive no que diz respeito à educação. O final do século XX assistiu a uma crise social que já dura bem mais de uma década. Tempo de adensamento das desigualdades sociais entre territórios e num mesmo território. Re-configurações do mundo produtivo - organização e novas tecnologias - das políticas econômicas e ainda das forças sociais trazem o desemprego estrutural. Àqueles que nunca haviam entrado no mercado de trabalho, por meio da relação de emprego, somam-se milhares de trabalhadores jogados ao desemprego e à informalidade. Nesse contexto e de forma mais ou menos simultânea, ganham vulto duas alternativas: as novas/velhas formas de organização do trabalho, trazidas pelas classes populares - o associativismo e o cooperativismo - e a busca de um outro modelo de desenvolvimento. Nestes dois embates teórico-práticos um papel de destaque é dado à educação. Desde o início das experiências cooperativas, a educação é uma das necessidades expressas pelos trabalhadores que se organizam neste modo de produção. Mas, de antemão, sabe-se que essas exigências educacionais estão delineadas pela mudança cultural necessária à implantação das propostas cooperativas e de um outro modelo de desenvolvimento. Tal fato exige que se problematize a escola, tal como ela se apresenta hoje, em especial na educação de jovens e adultos, perguntando como essa escola poderia responder a estas alternativas.

Programa:

1. Globalização e Desemprego - Análise das mudanças do processo de trabalho, de forma contextualizada e histórica, e dos seus impactos na atualidade, bem como de suas implicações econômicas, políticas, sociais e culturais. A radicalização das desigualdades - os novos contornos dos teritórios. 2. A Economia Solidária como resposta operária às crises do capitalismo e como elemento integrante da luta por uma sociedade socialista. (Histórico da Economia Solidária; Evolução recente do cooperativismo em diversos países da Europa, América do Norte e América Latina; Cooperativismo de crédito e micro-crédito; Cooperativas de trabalho e sindicalismo; a experiência dos Kibbutzim de Israel e do Complexo Cooperativo de Mondragón; a Economia Solidária hoje no Brasil à luz das experiências do MST, da Ação da Cidadania, da Cáritas e das Incubadoras Universitárias; Novas modalidades institucionais de associativismo: o Banco da Aldeia de Yunus, em Bangla Desh, o Banco Palmas, os clubes de troca, inventados independentemente no Canadá e na Argentina; A Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) - A Economia Solidária enquanto política pública). 3. Economia Solidária e desenvolvimento local (limites e possibilidades do local como um novo conceito de desenvolvimento, sua relação com o processo de globalização, com as mudanças no papel do Estado e com os projetos nacionais de desenvolvimento). 4. Diferentes concepções de educação: um pouco de história (Educação e conformação; Educação e produtividade; Educação e empregabilidade; Educação e mudança; Educação e autogestão; Educação e cooperação). 5. Perspectivas críticas de uma proposta educacional de trabalhadores.(A formação profissional em curso no Brasil - as novas legislações e as determinações dos organismos internacionais; As experiências do movimento popular; As experiências das escolas de trabalhadores; As experiências do MST; As experiências das Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares Universitárias; As experiencias das escolas democráticas nas escolas públicas; Análise de casos).