Ensino e pesquisa

Resumo:

a adolescência é uma fase do desenvolvimento marcada por profundas mudanças anatômicas, psicológicas e sociais, sendo que essas transformações são influenciadas pelo ambiente familiar, cultural e social. Os adolescentes de comunidades menos favorecidas são mais vulneráveis a determinados riscos, ou seja, as inequidades sociais acabam influenciando seu envolvimento em ocupações, prejudicando assim a sua saúde; bem-estar e participação social. O olhar da terapia ocupacional sobre o sentido atribuído às ocupações pode auxiliar no diagnóstico e na intervenção com adolescentes de comunidades periféricas, uma vez que a Terapia Ocupacional visa capacitar os sujeitos para realizar suas atividades, independentemente de qualquer lesão, doença, condição, deficiência, estilo de vida, ou ambiente em que esteja inserido. Objetivo: este trabalho, que é um recorte de estudo maior, teve como objetivo explorar o universo ocupacional de adolescentes de uma escola pública buscando compreender os significados atribuídos às ocupações de educação, participação social e lazer; a percepção dos adolescentes sobre a importância da escola para o seu futuro/projeto de vida e as ocupações significativas do ponto de vista dos adolescentes (na escola, na família e na comunidade). Método: pesquisa de caráter descritivo-exploratório, com abordagem predominantemente qualitativa. Participaram seis adolescentes escolares, do sexo feminino que cursam o ensino médio em escola pública na periferia de Ribeirão Preto/SP. Dados foram colhidos pela realização de mapas corporais, atividade narrada pelas participantes (gravada em áudio e transcrita na íntegra) que resultou num produto concreto (atividade expressiva). Narrativas foram analisadas em seu conteúdo. Resultados: Em relação à caracterização sociodemográfica, obtivemos que 05 adolescentes vivem em famílias monoparentais e 04 delas pertencem a famílias com renda familiar per capita de até 02 salários mínimos. As categorias temáticas, definidas à priori pelo roteiro da narrativa permitiram quantificar (1) Ocupações que realizam; (2) Perspectivas Futuras; (3) Importância do aprendizado; (4) Oportunidades oferecidas pela escola e (5) Sugestões para melhorar o ambiente escolar. Conclusão: as adolescentes apresentaram dificuldade para envolver-se na atividade de construção dos Mapas Corporais; bem como em suas narrativas, levando a resultados empobrecidos e, em alguns momentos, esvaziados de significados; com limitada perspectiva de futuro e envolvimento pobre nas ocupações em questão.