Dissertação (Mestrado)
A mulher com idade igual ou superior a 50 anos e a epidemia de Aids: percepção e ações de moradoras de uma comunidade de baixa renda
Autor(a):
Lima, Daniela Angelo de
Orientador(a):
Praça, Neide de Souza
Ano de publicação:
2006
Unidade USP:
Escola de Enfermagem [EE]
Assuntos:
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; saúde da mulher; saúde do idoso; antropologia médica; pesquisa qualitativa (enfermagem)
Palavras-chave do autor:
antropologia médica;enfermagem;pesquisa qualitativa;saúde da mulher;saúde do idoso;Síndrome da Imunodeficiência Adquirida;resumo em português
Resumo:
Dados epidemiológicos têm demonstrado crescente envolvimento da mulher idosa na epidemia de aids, esta constatação foi a motivação para a realização do presente estudo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que teve como referencial teórico a Antropologia Médica; para o tratamento dos dados adotou-se o Discurso do Sujeito Coletivo. Os objetivos do estudo foram: verificar a percepção sobre a epidemia de aids por mulheres com idade igual ou superior a 50 anos, moradoras em uma comunidade de baixa renda no Município de São Paulo; verificar sua percepção de risco à infecção pelo HIV, e se adotam ações preventivas da infecção. Como critérios de inclusão consideraram-se: mulheres com idade igual ou superior a 50 anos e tempo de residência no local do estudo superior a um ano. Os dados foram coletados por meio de entrevista com questões sobre caracterização da mulher e com uma pergunta norteadora. Foram entrevistadas 13 mulheres, que mostraram ter como características comuns: baixa escolaridade, reduzida renda familiar e religiosidade. O tratamento dos dados resultou na construção de 12 discursos narrados na primeira pessoa, nos quais se verifica que as mulheres do grupo cultural estudado apresentam lacunas no conhecimento a respeito da aids e do cotidiano do indivíduo infectado pelo HIV. Atribuem significado religioso à epidemia; não se vêem sob risco de infecção pelo HIV por via sexual, principalmente devido à confiança na fidelidade do parceiro; negam o uso do preservativo nas relações sexuais, embora temam a aids por identificarem-na como uma doença incurável. Valorizam a necessidade de adoção de medidas preventivas à infecção pelo HIV, porém, pelos jovens, considerados mais susceptíveis. A análise dos dados, segundo o referencial teórico adotado, mostrou que a aids, para o grupo de mulheres estudado, não se constitui em preocupação, quando a abordagem recai na transmissão sexual em si própria, fato que alerta para a necessidade de planejamento de ações educativas culturalmente embasadas sobre a infecção pelo HIV nesse segmento.
ABNT:
LIMA, Daniela Angelo de; PRAÇA, Neide de Souza. A mulher com idade igual ou superior a 50 anos e a epidemia de aids: percepção e ações de moradoras de uma comunidade de baixa renda 2006.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7132/tde-03102006-094615/ >.