Graduação
A indústria cultural e o hip hop: uma reflexão sobre a cultura de massas, a música de contestação urbana e o acesso ao masculino nas metrópoles
Nível de ensino:
Graduação
Unidade USP:
Faculdade de Educação [FE]
Departamento:
Filosofia da Educ e Ciências da Educ
Docente(s) responsável(is):
Monica Guimaraes Teixeira do Amaral,
Objetivos:
Permitir um espaço de reflexão sobre as tensões produzidas pelo hip hop nos conceitos de estética erudita, estética popular e estética engajada nas metrópoles. Apoiando-se no conceito de estética negativa do filósofo T.W. Adorno, o curso propõe-se a investigar como o hip-hop pode se constituir como uma manifestação estética de outra ordem, cuja negatividade encontra-se marcada por elementos estéticos específicos (break, um estilo de dança de rua; rap, acompanhado de Dj e Mc; grafite, uma forma de expressão plástica). Tais manifestações, embora inseridas no fenômeno da mundialização da cultura, tendem a negá-la, em seus aspectos reificadores, ao assumir uma atitude política de contestação a todo tipo de discriminação e de exclusão social.
Programa:
O curso visa retomar a discussão ensejada por T.W. Adorno acerca da Indústria Cultural, que o autor diferencia da cultura de massas, uma vez que a concebe como algo produzido para o consumo das massas e não como algo que delas provém espontaneamente. Para tanto, será necessário recorrer ao conceito de estética negativa, por meio do qual Adorno diferenciava a grande Arte da arte massificada. Por fim, pretende-se abordar a importância da arte musical não massificada, ou que ainda resiste à Indústria Cultural (hip hop, funk) como condição de acesso à identidade masculina, particularmente dentre os jovens pobres das metrópoles, exatamente pela não concretização do “tocar sexual” que as músicas engajadas permitem. Esta seria a condição da dinâmica do desvio-atração da pulsão com finalidade não sexual (essencial à sublimação e à construção do campo do desejo), conforme salienta o psicanalista André Green. Uma ideia próxima do conceito de sublimação estética de Adorno, concebida pelo autor como “promessa rompida de satisfação”.I. O conceito de Indústria Cultural: um debate a partir das contribuições de T.W. Adorno - Cultura de Massas x Indústria Cultural - Conceito de estética negativa - Esquematismo, semiformação e educação II. O hip hop e a Indústria Cultural: - o movimento hip hop brasileiro x o hip hop americano - as tensões entre o hip hop e a indústria cultural III. A música de contestação nas metrópoles e o acesso ao masculino e à autonomia entre os adolescentes: - a homossexualidade psíquica e a valorização narcísica entre os jovens no mundo contemporâneo; - a função paterna nos estados limites; - a música não massificada, a sublimação estética e a sustentação narcísica da identidade masculina.