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Perinstituto De Física [If]Eria

Autor(a):

Lapp, Thais Ferreira de Souza e Oliveira

Orientador(a):

Pereira, Paulo Cesar Xavier

Ano de publicação:

2008

Unidade USP:

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo [FAU]

Assuntos:

habitação; áreas metropolitanas; construção civil; espaço urbano (produção)

Palavras-chave do autor:

áreas metropolitanas;cidades industriais;construção civil;habitação

Resumo:

A partir do final do século XIX, começa a se estruturar, em São Paulo, o modo capitalista de produção. A esta nova ordem, corresponde um novo e extraordinário produto de cidade: a metrópole paulista. O potencial de acumulação se apóia então na diversidade de formas de produção habitacional: é a complementaridade entre formas modernas e aparentemente atrasadas que viabiliza e amplia a acumulação em contexto de subdesenvolvimento. Isto vale tanto para a acumulação geral, através do peso da habitação na definição dos custos de reprodução da força de trabalho, como para a rentabilidade do setor da construção civil. A diversidade de formas de produção do espaço construído, esta característica associada à condição de subdesenvolvimento, fundamenta a estruturação rádio concêntrica de São Paulo durante o século XX. Entretanto, a complexidade da produção e da estrutura da cidade ultrapassa a dicotomia centro x periferia. De forma incipiente na década de 1970, e especialmente a partir da década de 1980, o esgotamento do modelo de acumulação implica numa reestruturação da cidade sem, entretanto, alterar a lógica que rege a sua produção. A ocupação se pulveriza; a viabilização da acumulação assume bases menos concretas em função do desenvolvimento do sistema financeiro. Surgem modificações nas dinâmicas de valorização da terra e da distribuição dos grupos socioeconômicos no espaço. A metrópole, entretanto, permanece através da busca constante da acumulação e da diversidade de formas de produção habitacional. Sua história pode ser dividida em duas fases essenciais: a metrópole produtiva (18501985), onde se destacam a organização rádio concêntrica, a macrosegregação e a viabilização da acumulação através do processo produtivo do espaço (ocorra ela essencialmente na escala do empreendimento ou na escala da cidade); e a metrópole financeira (a partir de 1985), onde identificamos a formação de uma nova estrutura e onde aumenta a importância da microsegregação e da associação entre construção civil e sistema financeiro. Uma única lógica de produção gera, portanto, cidades diferentes ao longo do tempo, em função de características inerentes ao modo capitalista de produção. Mas é importante destacar que esta mesma lógica engendra espaços simultâneos, complementares e fundamentalmente diferentes que pertencem, todavia, a uma única e mesma cidade. O estudo da estruturação da metrópole revela a sobreposição de diversos processos e de diversas dimensões da acumulação de capital. Tal sobreposição dificulta a identificação das variáveis agindo sobre a produção do espaço, dificultando também a elaboração de soluções eficazes para os atuais problemas metropolitanos. Se ainda é difícil apreendermos a nova estrutura e as minúcias da produção espacial atual em São Paulo, é certo, entretanto, que enquanto a acumulação permanecer como chave da produção da cidade, as soluções efetivas para os principais problemas desta última deverão passar, obrigatoriamente, pela contenção dos desequilíbrios, das desigualdades e da degradação que acompanham o modo capitalista de produção do espaço. Sem isto, é inviável qualquer perspectiva de desenvolvimento verdadeiro e sustentável.

ABNT:

LAPP, Thais Ferreira de Souza e Oliveira; PEREIRA, Paulo Cesar Xavier. A diversidade das formas capitalistas de produção habitacionais na estruturação da metrópole paulista. 2008.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16137/tde-20012010-160122/ >.