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Autor(a):

Previatti, Carine Botelho

Orientador(a):

Tomazzoni, Edegar Luís

Ano de publicação:

2016

Unidade USP:

Escola de Artes Ciências e Humanidades [EACH]

Assuntos:

segregação urbana; espaço urbano; jogos olímpicos

Palavras-chave do autor:

jogos olímpicos;reprodução do espaço urbano;Rio de Janeiro;segregação socioespacial;Vila Autódromo

Resumo:

A discussão parte do princípio de que o espaço é um produto social e não um sujeito, como algumas políticas públicas vem reproduzindo. A apropriação de espaços que não estavam vazios, utilizando os megaeventos esportivos como justificativa, sinaliza um momento fundamental do processo de reprodução do capitalismo. Tal processo traz à tona o conflito do espaço como lugar de apropriação e uso em contraposição ao espaço como reprodução de valor e de riqueza. Dentro desse contexto, a cidade do Rio de Janeiro, que historicamente se utiliza de planos de ordenação urbana de forma a legitimar mudanças espaciais em fragmentos da cidade, tem dado continuidade a esse processo nos últimos anos através da implantação dos Planos Estratégicos e da realização dos Jogos Olímpicos. Este trabalho tem por objetivo geral analisar as mudanças socioespaciais ocasionadas na comunidade Vila Autódromo, localizada no bairro da Barra da Tijuca - RJ, em razão da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A pesquisa tem por objetivo específico identificar os sujeitos sociais e interesses envolvidos no processo de remoção dessa comunidade. Para atingir tal objetivo, foi utilizada metodologia teórico-documental com base em documentos normativos e jurídicos relativos ao processo de remoção pelo qual passa a Vila Autódromo desde 1993, e também documentos fotográficos e mapas, igualmente fundamentais para a compreensão do objeto. Durante todo o processo da pesquisa, foram realizadas pesquisas de campo de caráter descritivo e analítico, com aplicação de entrevistas qualitativas e análise de conteúdo dos dados, que embasam a conflitualidade entre os interesses dos moradores, o poder público e as empresas privadas, numa tentativa de compreensão de como as mudanças socioespaciais se inserem entre o lugar, a cidade e o espaço mundial. A Vila Autódromo se destaca nesse cenário pela luta de resistência dos seus moradores para permanecer no seu espaço de vivência e convivência e na consolidação de uma comunidade que enxerga o valor social da terra e não apenas o seu valor de mercado, sinalizando o caráter de conflito pelo direito à moradia que se estabelece na cidade do Rio de Janeiro atualmente.

ABNT:

PREVIATTI, Carine Botelho; TOMAZZONI, Edegar Luís. Segregação socioespacial na realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na região da Barra da Tijuca - RJ: comunidade Vila Autódromo. 2016.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-24082016-101115