Dissertação (Mestrado)
Juventude, música e ancestralidade no Jongo: som e sentidos no processo identitário
Autor(a):
Perez, Carolina dos Santos Bezerra
Orientador(a):
Santos, Marcos Ferreira dos
Ano de publicação:
2005
Unidade USP:
Faculdade de Educação [FE]
Assuntos:
arte-educação; jovens; música; dança; identidade cultural; afrodescendentes; cultura afro-brasileira; antropologia educacional
Palavras-chave do autor:
juventude música dança cultura popular
Resumo:
A presente pesquisa consiste no acompanhamento processual, por meio de pesquisa antropológica e de cunho etnográfico, da participação dos jovens existentes no grupo de jongo da comunidade do Tamandaré em Guaratinguetá (São Paulo), buscando, através do seu imaginário, desvelar as expressões simbólicas presentes durante a performance do grupo, e as raízes míticas culturais existentes no contexto ritual das rodas de jongo, atentando para as diferentes formas em que se dão as transmissões do conhecimento às gerações mais novas e a função que exerce a música por meio do som e do sentido, no processo de formação identitária dos jovens presentes na comunidade. Atenta ainda a necessidade de uma educação de sensibilidade (Ferreira Santos), visando minimizar os preconceitos existentes no universo escolar para com as expressões presentes na cultura popular e na herança da ancestralidade africana. Partindo das referências teóricas que privilegiam a instauração de um pensamento transdisciplinar , o que justifica a convergência de hermenêuticas entre a antropologia do imaginário de Gilbert Durand e a antropologia da complexidade em Edgar Morin. Utilizando-se da descrição do cotidiano, da observação da socialidade, das ações afetuais em Maffesoli, ampliamos ainda com o referencial fenomenológico, buscando analisá-las a partir das definições sobre o complexo de cultura e a imaginação material (Gaston Bachelard) e a fenomenologia da percepção (Merleau-Ponty). Os procedimentos metodológicos em campo, num estilo mito hermenêutico, partiram da observação, registro fotográfico e captação do som no contexto das apresentações. Pudemos constatar a importância que é dada à transmissão e aprendizagem do jongo aos mais jovens em um grupo onde diversas gerações se relacionam a partir de uma perspectiva ancestral e de uma concepção educacional extra-escolar que comunga do aprender junto com o outro, fazendo, criando e recriando, herdeiros de uma tradição em que a memória e a oralidade se fazem presentes e indispensáveis.
ABNT:
PEREZ, Carolina dos Santos Bezerra; SANTOS, Marcos Ferreira dos. Juventude, música e ancestralidade no Jongo: som e sentidos no processo identitário. 2005.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.