Ensino e pesquisa

Resumo:

Investiga a existência ou não de rejeição contra falantes do português nao-padrao nordestino e a extensão dessa rejeição. Entrevista e observa em sala de aula 29 crianças nordestinas, alunas da 1. A 4. Serie do 1. Grau e 14 professoras, também do 1. Grau, de escolas da periferia do abc. Apresenta a explicação sociolinguistica das relações entre lingua-padrao e língua nao-padrao analisando esta relação do ponto de vista da língua como tal e dos falantes que interagem numa sociedade, abordando assim o problema do grupo minoritário, alvo de preconceito. Discute as entrevistas sob as concepções da sociolinguistica que demonstra a adequação do falar regional enquanto variante dialetal de lingua-padrao. Configura-se uma situação em que a rejeição não se limita apenas a língua utilizada, mas que compromete aspectos mais amplos de vida do falante, indo além das interpretações que a sociolinguística pode oferecer. Discute os resultados levando em conta as contribuições da psicologia social evidenciando-se, então, um caso de preconceito contra os nordestinos, expresso através das atitudes etnocêntricas, de manifestações de xenofobia e de uma visão extremamente estereotipada dos mesmos. Este preconceito atinge o nordestino como um todo, causando-lhe serias consequências ao nível psico-social e o coloca em uma situação de inferioridade em nosso contexto.