Ensino e pesquisa

Resumo:

Estuda os variados aspectos da manifestação da brincadeira de faz-de-conta, através da observação naturalística baseada na metodologia e no referencial teórico da etologia, considerando os efeitos de classe social, sexo e idade em vários aspectos da brincadeira. Os sujeitos são 60 crianças, 25 meninos e 31 meninas, com idades de 3 a 7 anos, divididas em 8 amostras, que frequentam 2 creches da cidade de São Paulo (uma de baixa e outra de alta renda). Realiza 87 sessões de observação focal de 5' de duração e uma sessão de 45'. Os dados obtidos indicam que as meninas de nível sócio-econômico alto, com o aumento da idade, diminuem sua dedicação ao faz-de-conta, enquanto as meninas de nível socio-econômico baixo aumentam. Verifica forte estereotipia de gênero em ambos os sexos; uso especifico da linguagem com recursos linguísticos e para linguísticos para iniciar o estado de faz-de-conta; emprego de prosódia própria a cada papel desempenhado e animação prosopopeia para pôr em ação objetos e personagens. Conclui que observar a manifestação espontânea deste comportamento em ambiente restrito ou situações forjadas não seria possível.