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Nível de ensino:

Pós-Graduação

Unidade USP:

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo [FAU]

Área de concentração:

Planejamento Urbano e Regional

Departamento:

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Docente(s) responsável(is):

Maria Cristina da Silva Leme

Objetivos:

A disciplina se propõe a refletir sobre a articulação entre o urbanismo enquanto campo de conhecimento, propostas e práticas de intervenção e os processos de urbanização no decorrer do século XX e primeiras décadas do século XXI. O objeto privilegiado de estudo será a cidade de São Paulo porem tendo como referência os processos que estruturaram as cidades brasileiras.

Justificativa:

Em uma historiografia cada vez mais ampla e aprofundada como a referente à cidade e ao urbanismo, a abordagem de temas e temporalidades impõe desafios especiais. No Brasil, os estudos se ampliaram territorialmente e se aprofundaram, desde 1990, a partir da realização bianual dos seminários de historia da cidade, da arquitetura e do urbanismo. Estes estudos ganharam complexidade à medida que novos quadros teóricos e construções conceituais foram incorporados. A disciplina ao abordar a relação entre o campo do urbanismo e o processo de urbanização, fornece os elementos para a análise crítica da formação e institucionalização deste campo de conhecimento no Brasil.

Programa:

A disciplina se organiza a partir da articulação entre o urbanismo e os processos de urbanização. Propõe-se refletir sobre a crescente ampliação e institucionalização do campo do urbanismo e as transformações ocorridas nas cidades brasileiras no decorrer do século XX e inicio do século XXI. Este processo com determinações politicas e econômicas não é homogêneo e apresenta diferenças importantes. A hipótese que sustenta esta reflexão é que as analises na longa duração evidenciam os nexos entre propostas e processos e possibilitam interpretar as propostas urbanísticas entendidas como parte do contexto politico, social e econômico em que foram produzidas. Ao abordar este largo arco temporal compreendendo ciclos de governo autoritário e de governo democrático constata-se: a ampliação de forma gradativa e complementar entre o campo de conhecimento e da pratica profissional; a expansão do território abrangido e a articulação entre os planos, as propostas e a ação do Estado. Para estes processos concorre a crescente consolidação do campo do urbanismo a partir de um forte “enraizamento” em instituições de ensino, definindo um espaço no ensino de graduação e de pós graduação que se complementa com a regulamentação profissional cada vez mais exclusiva a determinadas formações profissionais. A partir do estudo na cidade de São Paulo, tendo como referencia as cidades brasileiras, propõe se estudar as formas como se institucionaliza o urbanismo e a articulação das propostas urbanísticas às diferentes escalas do território: do regional, ao urbano, ao metropolitano. A disciplina abordará os seguintes temas: -A formação do urbanismo como conhecimento aplicado à intervenção na cidade: a organização do sistema de ensino de graduação e de pós graduação que se complementa com a regulamentação profissional cada vez mais exclusiva a determinadas formações profissionais - A modernização das cidades no período do Estado Novo: articulação entre planejamento urbano e gestão urbana: São Paulo Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte.. - No segundo pós guerra: o acelerado e precário processo de urbanização nas principais cidades brasileiras e latino americanas. A construção de uma agenda: desenvolvimento, industrialização e planejamento. O papel das agencias internacionais. - Gradual e continuo processo de construção institucional do planejamento entre o nível local, o metropolitano e o nacional. - Elementos para uma política habitacional e reforma urbana na América Latina e no Brasil. O Seminário Habitação e Reforma Urbana no Rio e em São Paulo, o papel do IAB. A centralização politica e o planejamento urbano a partir do golpe civil militar de 1964. A atuação do SERFHAU. Ampliação e complexidade na formação de equipes nos órgãos públicos, nas empresas de engenharia, nas consultorias nacionais e internacionais. - Novo processo de estruturação urbana pela implementação de politicas habitacionais do BNH e investimento em grandes projetos de infraestrutura. Redefinição dos eixos do crescimento das cidades e o novo caráter regional metropolitano. - A crise ideológica do planejamento urbano e a formulação de um movimento internacional a partir dos princípios do direito a cidade. - Movimentos sociais e a construção de uma nova agenda de politicas urbanas. O processo de elaboração dos princípios da reforma urbana.