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Nível de ensino:

Pós-Graduação

Unidade USP:

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [FFLCH]

Área de concentração:

Antropologia Social

Departamento:

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Docente(s) responsável(is):

Inácio de Carvalho Dias de Andrade, , João Felipe Ferreira Gonçalves

Objetivos:

A constituição do “urbano” ou das “cidades” enquanto objeto de estudo passou inegavelmente pela definição do que seria o “moderno”. Nesse sentido, diferentes temáticas, abordagens e questões foram delineadas para dar conta e definir as características do fenômeno urbano. Desse modo, os estudos citadinos, em suas mais diferentes frentes, são permeados pelas meta-narrativas da urbanização, da modernização, do desenvolvimento e de suas constantes crises. Da vida mental da cidade simmeliana à concepção de uma cultura urbana universal e autônoma da Escola de Chicago, passando por noções de urbanidade que a tomam pela sua anomia, patologia, marginalidade ou conflito; ou privilegiando leituras que concebem a urbe como cenário, ponto de fluxo ou conexão de macroestruturas globais, os estudos das cidades as tomam como loci privilegiados do moderno e da modernidade. Por detrás de tais ideias – e da própria origem dos estudos urbanos – surgem distintas versões da clássica polaridade tradicional/moderno que emergiu dentro do contexto colonial. O objetivo desse curso é descentrar as narrativas consagradas sobre as cidades nas ciências sociais e aprofundar visões críticas da urbanização por meio de conceitos que derivam de distintas realidades metropolitanas.

Justificativa:

A ideia do curso surgiu da pesquisa de pós-doutorado “Uma modernidade alternativa? Arquitetura, urbanidade e colonialismo em Lourenço Marques no período tardo-colonial” que se encontra em andamento no PPGAS/USP sob supervisão do Prof. Dr. João Felipe Gonçalves e de discussões no CANIBAL: Grupo de Antropologia do Caribe e da América Hispânica.

Programa:

As aulas irão privilegiar etnografias recentes das cidades do chamado sul global de modo a 1) relativizar instrumentais teóricos clássicos, 2) revisitar a origem colonial de processos e fenômenos urbanos tidos como ocidentais, 3) expandir a análise da metrópole para além das cidades classicamente estudadas pela antropologia brasileira e 4) produzir, de modo experimental, novas ferramentas de análise do fenômeno urbano global.